terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mulher: com burca ou sem burca?

Vitor Quarenta:

Caros leitores, hoje, andando pelas ruas da cosmopolita São Paulo, encontrei uma senhora muçulmana que se vestia com a famosa burca (véu normalmente de cor escura que tem a finalidade de esconder o rosto feminino), a polêmica burca! E como não resisto à uma boa polêmica, coloquei-me a pensar sobre a veste...
Digo antes de tudo, que para mim, este é um tema que devemos ter os maiores cuidados possiveis para falar sobre, pois meus caros, se trata de cultura e lidar com cultura requer grandes pinceladas de zelo.
Nunca tive uma opinião formada sobre a tal veste oriental, mas, sabia que quando se trata da cultura do outro temos de "puxarmos o freio de mão" pois podemos acabar condenando características culturais como condenávamos as tribos indígenas que matavam seus segundos filhos por uma questão de capacidade de alimentação.
É claro que matar o filho não é das atividades mais apreciadas na nossa cultura ocidental, porém, temos que entender que certas ocasiões são pontos fundamentais na formação da identidade de seu povo, e no caso do "prólecídio", são determinantes no futuro da aldeia.
Meus caros, a questão não é que estes tipos de atos devem ser eternos nestas civilizações. A cultura, como bem sabemos, é de característica mutável e híbrida, e ao decorrer dos tempos é de sua natureza que mude e junto com ela os costumes de seu povo. Porém, muito diferente da mutação natural da cultura acontece quando uma nova cultura é imposta sobre uma população ou que caracteísticas antigas sejam mudadas por força maior, que não seja pelo desejo da população.
O que me parece ser ruim é a pressão que o mundo ocidental faz sobre os costumes orientais, é bem claro que as diferenças são inumeráveis, porém o egocentrismo ocidental passa por cima do conceito que na minha opinião é o mais importante para o convívio em sociedade, o de cultura.
Embora ache que essas características devem ser respeitadas acho muito importante a troca de opiniões sobre os temas para que faça que os habitantes de qualquer cultura possam julgar da melhor forma possivel as condições em que vivem.
E é dessa forma que me ponho a questionar o uso da burca... Na minha humilde opinião a burca vai além de ser um simples ícone religioso e cultural, é sem duvida alguma uma ligação direta com o fundamentalismo, doutrina essa que repudio sob todas as circunstâncias.
A burca nada menos é do que um sinal pleno de submissão feminina ao pratriacalismo islâmico, e partindo desse pressuposto proponho a questão de se é essa a concepção de mulher que desejariamos para nossas filhas, irmãs e mães. Se é essa a mulher que queremos para nossa sociedade e para a sociedade de nossos companheiros de especie. Com muito cuidado, temos de pensar se queremos ver para sempre a mulher islâmica submissa às regras conservadoras do Oriente Médio.
É uma questão, simples e complexa, como outra qualquer.