sábado, 5 de setembro de 2009

Urgente: Pré-sal é necessário.

Luna Zarattini
Quatro é o número de projetos do pré-sal enviados ao Congresso:
O primeiro altera o modelo atual de contrato de concessão para um sistema de partilha, o segundo, cria a Petro-sal, estatal que vai gerenciar o pré-sal; o terceiro, estabelece um Fundo Social para gerir e distribuir os recursos e o quarto prevê a capitalização da Petrobras.


-Mais afinal, o que é a camada pré-sal?

Localizada abaixo do oceano, cerca de 7km de profundidade, a camada pré-sal, de acordo com seu nome, está antes de uma expessa camada de sal, a qual alguns pesquisadores atribuem o fato de preservar a imensa quantidade de uma preciosa fonte de energia: o petróleo, encontrado nessa camada.

Cabe ao Brasil como dono dessa mina de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos do présal tomar inicitivas para melhor utilizá-lo, pois logo atrás, milhares de olhares ambiciosos estão querendo nosso petróleo e muitos estão loucos para entregá-lo. É por esse motivo que há tanta urgência para a avaliação dos projetos realizados pela equipe do nosso presidente.

Todos os quatro projetos fazem parte de um projeto maior que irá realizar grandes mudanças para a situação do nosso país.

Esses projetos são a mudança da lei de 1997 criada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, lei a qual acabou com o monopólio estatal do petróleo da Petrobrás mudando a constituição para que as compahias estrangeiras explorassem o nosso petróleo. Foi nessa época que Henrique Cardoso denominou de "Dinossauros" aqueles que defendiam o monopólio do petroléo e tinham nostalgia da campanha "o petróleo é nosso". Essa lei denominada regime de concessão diz que todo o petróleo extraído por uma empresa estrangeira é pertencente a esta. O primeiro projeto quer acabar com o regime de concessão, criando o sistema de partilha. O sistema de partilha faz com que todo o petróleo extraído seja da União e é ela que fará o pagamento para as empresas estrangeiras em óleo. Além disso, as empresas estrangeiras necessitam se associar a Petrobrás que será operadora de todas as empresas estrangeiras, cobrindo 30% dos gastos para instalá-las e os outros 70% elas que cobrirão. O Petro-sal entra nesse caso como uma pequena empresa que irá se responsabilizar pela regularização da exploração do petróleo, no caso, se o petróleo estiver em alta no mercado, o Petro-sal irá autorizar a exploração de petróleo para a Petrobrás e as empresas estrangeiras associadas determinando também a percentagem que ficará com ela. Os lucros do petro-sal irão para um fundo soberano ou fundo social que irá investir na eduçação, saúde, diminuição da miséria, nas industrias e na inovação tecnológica, nas pesquisas.

Os tucanos estão contra esses projetos, mas sabem que se declarem expressamente contra, eles irão perder as eleições, pois serão acusados (eles são) de entreguistas do petróleo nacional. José Serra já não diz nada sobre sua posição, mas foi em 1997 que ele como nosso senador aprovou a lei do Fernando Henrique Cardoso entregando nosso país para as empresas estrangeiras. Quem dirá a Amazônia, nesse caso.









38 comentários:

  1. Aos LuLListas, um artigo da juventude do PSTU:

    Reestatizar a Petrobrás: Uma Luta da Juventude Brasileira

    A descoberta do pré-sal no litoral brasileiro foi alardeada pelo governo Lula como um grande passo da soberania, pois ajudaria o Brasil a atingir a autossuficiência em relação ao petróleo e o colocaria entre os que possuem as maiores reservas. Com o descoberta do pré-sal, as reservas de petróleo, atualmente de 9,4 bilhões, chegariam a 160 bilhões de barris. Assim, o Brasil ficaria à frente de países como Venezuela e o Iraque.
    Infelizmente, porém, este salto de reservas brasileiras não está caminhando para uma maior soberania como diz Lula e como defendem a UNE e a CUT. Ao contrário, os projetos que o governo Lula apresenta aprofundam a dependência do Brasil em relação às multinacionais. É esse o sentido da proposta do novo marco regulatório, anunciado em julho, que se baseará em três pontos:
    a)partilha para a exploração e produção dos poços do pré-sal
    b)criação de uma nova empresa estatal para gerenciar os contratos
    c)criação de um fundo soberano proveniente da exploração deste petróleo
    O marco regulatório será enviado nos próximos dias ao Senado.

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  2. Uma fonte de energia fundamental

    O Petróleo é a principal fonte energética da economia capitalista. Entender sua importãncia faz com que as guerras contra o terror - que Bush iniciou e Obama continua - não pareçam tão obscuras. Afinal, as maiores reservas de hidrocarbonetos no mundo se encontram no oriente Médio, e os estoques dos EUA estão no limite. É importante lembrar que esta é uma fonte de energia não-renovável.
    A indústria do petróleo é também um conglomerado fundamental da produção capitalista. Está entre as que mais tiveram lucros nos últimos anos. Por esta posição na hierarquia das empresas capitalistas, é um obstáculo para o avanço da pesquisa e da produção de novas fontes de energia, renováveis.

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  3. Do petróleo é nosso ao petróleo é deles

    A criação da Petrobrás e a conquista do monopólio do petróleo, em 1953, são frutos das lutas dos trabalhadores e da juventude brasileira. Mas, desde que a empresa foi criada, o imperialismo nunca tirou os olhos da estatal, que controlava um recurso fundamental para o capitalismo.
    Na década de 1990 o problema se aprofundou. Collor privatizou o setor petro-químico enquanto FHC, após derrotar a histórica greve dos petroleiros de 1995, quebrou o monopólio estatal do petróleo e criou a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Desta forma, o que antes era exclusividade da Petrobras, passou a ser regulado pela ANP, que começou a abrir leilões para a exploração de reservas, entregando o patrimônio nacional a empresas privadas.
    Aos poucos, a própria Petrobras sofreu um processo de privatização. Hoje, 67,8% do seu capital acionário estão em mãos privadas, apesar de manter 55,7% do capital votante nas mãos do Estado. O governo Lula manteve intacta a política entreguista, realizando, em 6 anos, mais leilões de poços de petróleo do que FHC realizou em seus oito anos.

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  4. É nesse cenário que aparece a descoberta do pré-sal. O novo marco regulatório que o governo propõe não serve para reverter a política entreguista, mas para aprofundá-la. A criação de outra empresa para gerenciar os contratos do pré-sal e a implementação de um sistema de partilha (entrega dos lucros da exploração do petróleo a empresas privadas e recolhimento de migalhas desses lucros) são o marco central da perda de soberania sobre o pré-sal.
    Esse novo marco regulatório faz com que a Petrobras, que descobriu novas reservas, se transforme em prestadora de serviços e não mais numa empresa estratégica para o controle e a exploração de recursos naturais. Por outro lado, a criação do fundo soberano, que será administrado pelo Ministério da Fazenda (o mesmo que paga religiosamente a dívida brasileira), não vai fazer mais do que recolher as migalhas dos lucros que terão as empresas privadas.

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  5. A luta por uma Petrobras estatal, pública e sob controle dos trabalhadores

    O novo marco regulatório recoloca o debate sobre a quem deve servir os recursos naturais brasileiros. Assim como a a Amazônia está sendo entregue aos latifundiários através da MP 458, o marco regulatório é uma nova entrega das reservas de petróleo que já são escassas no mundo.
    O pior disso tudo não é só ver o governo Lula entregar estes recursos, mas ver as entidades históricas do movimento aceitarem esta entrega em troca de um modelo de gestão partilhada e um fundo soberano com as migalhas dos lucros.
    É isso que a Frente Única dos Petroleiros (FUP). ligada à CUT, defende.
    Não devemos aceitar a luta pelas migalhas da exploração de nossos recursos. Devemos lutar para que todos os recursos provenientes do pré-sal sejam investidos na educação, na saúde e na infra-estrutura do país. Para isto, é necessário que a Petrobras seja 100% estatal. A reestatização faria com que tivéssemos o controle dos recursos e pudéssemos disponibilizar gás e petróleo de uma forma muito mais barata à população.
    A juventude brasileira tem um papel importante a cumprir na luta pela reestatização da Petrobras. As escolas e universidades brasileiras devem ser pólos que ajudem tanto no debate quanto na luta pela reestatização da empresa.
    A defesa e a ampliação da educação pública só pode se dar se tivermos o controle sobre nossos recursos e sobre as nossas empresas.
    para que possamos ganhar esta luta, devemos ter claro quem são os nossos aliados. De um lado, estão o imperialismo, as multinacionais petrolíferas e o governo brasileiro que entrega o pré-sal a essas empresas, apoiado pela UNE e pela CUT. Do outro, estão as organizações dos trabalhadores, como a Frente Nacional dos Petroleiros (FNP), a ANEL, a Conlutas e a Intersindical, que defendem uma Petrobras 100% estatal, que controle todas as reservas de petróleo do país. na luta pela soberania, a juventude deve se incorporar aos trabalhadores nesse campanha para que todo o petróleo seja nosso

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  6. 6 de Agosto de 2009 - Juventude do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU)

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  7. Quando o presidente Lula assumiu o poder, o nosso petróleo já estava entregue para as multinacionais. Vale lembrar que com esses projetos, existe a criação da Petro-sal.Ela não é uma empresa brasileira? É preciso lembrar que cabe a ela controlar os leilões dos blocos de petróleo, decidir quando haverá exploração e além disso decidir a percentagem de petróleo que fica para ela. Isso é dependencia? Toda empresa de caractér estrangeiro deve se associar a Petrobras e esta por excelência será controlada pela Petro-Sal que só terá os deveres que eu citei acima. Uma empresa que cuide dessas tão importantes preocupações que temos?
    Além disso, o processo de independência do Brasil é demorado, não basta fechar os olhos e acreditar que vai mudar de um dia para o outro. Esses projetos estão lutando para ganhar no congresso e se ganharem acredito que o Brasil vai sair da situação emergente a qual se encontra. Com esses projetos vamos ganhar muito mais do que o nosso petróleo - coisas como pesquisa própria nós fará sair de emergente.
    Não estou defendendo o Lula, eu apenas concordo com esse projeto e eu acho que ele não necessita de defesa nesse caso. Eu não preciso confirmar isso, nosso amigo Tucano Luiz Carlos Bresser precisou reconhecer o projeto do nosso presidente num artigo da Folha de SP, caderno B2 dinheiro. "Errará a oposição se adotar uma posição contrária ao cerne de um plano que é do maior interesse nacional". Já não sou mais eu que digo, são os tucanos também que foram obrigados a reconhecer nas entre-linhas.

    Luna Zarattini

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  8. Meus caros compatriotas, fico cada vez mais lisongeado com a presença do nosso caro rifondazione no nosso blog, trazendo sempre boas discussões, embora gostaria de saber seu nome de cartório. Enfim, o caso é que o que está em jogo não é somente a soberania nacional, mas sim questões trabalhistas ligadas à criação da nova estatal, projeto esse que eu, na minha igenuidade, aprecio, pois parece-me ter um forte cunho socialista, bem diferente das experiencias feitas até hoje ligadas à energia neste país.
    Mas saindo das micro-questões, que devido à proporção do projeto se tornaram macro, o que me chama atenção é a aceitação publica em relação a criação de uma estatal para gerir a maior reserva de petróleo já encontrada em terra tupiniquim.
    Sem duvida alguma, mudanças ideológicas aconteceram e vem acontecendo nesse país, desde a eleição de um operário para presidente.
    É sinal de que o governo pode deixar de adotar uma postura social-democrática e pender para os rumos socialistas da história como dizia o primeiro panfleto de cordel do PT.
    para terminar e não deixar de dar pitacos a nossa esquerda, pelo desejo de melhoria e de vitória, eu guardo um panfleto do PSTU que traz os seguintes dizeres "Pelo fim do senado!"
    Será que são necessárias medidas que como estas que fatalmente nos tirariam do poder?
    Vamos com calma camaradas, é o que penso, mas é spo a minha opinião.

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  9. O que me aprecia é um "ferrenho marxista" que afirma um "cunho socialista" num projeto em que se partilha o lucro de uma empresa "estatal" com empresas privadas multinacionas que vão ficar com a maior parte dos lucros adquiridos na exploração dos poços do pré-sal.
    Além do mais, dizer que porque quando Lula chegou ao poder a Petrobras já estava em processo de privatização não justifica que se tenha aprofundado esse processo realizando ainda mais leilões de poços de petróleo entregando recursos ao capital privado. Seu papel era reverter esse processo e não aprofundá-lo.
    Essa justificativa serve, no máximo, para justificar aqueles que afirmam, com certa propriedade de verdade, que o governo Lula só aprofunda as reformas neoliberais iniciadas por FHC.

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  10. É evidente que os tucanos estão muito contentes com o projeto. O Serra nem fala no assunto, porque sabe que pode aproveitar o novo marco regulatório em seu favor. E assim se dá a continuidade de um processo uno, de privatização de diversos setores do nosso país.
    É precisamente o caso da Reforma Universitária encabeçada pelo governo Lula, que tem sido enfrentada pelo movimento estudantil (por fora da UNE, que é aparelhada e recebe gordas gorjetas do governo).

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  11. Roda viva da Segunda vai ser com o diretor da anp, Haroldo Lima, sobre o Pré-sal. boas polêmicas podem ser levantadas. recomendo assitir, quára.
    abraço.

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  12. Um legítimo membor do PSTU, tudo que envolve governo é contra, bom eu não sei da onde você tirou a informação que o maior lucro seria das empresas, se são dos seus colgas partidários, mas é uma afirmação totalmente equivocada, vocês não sabem o que está acontecendo... Acho que deveriam procurar entender sobre o assunto para termos um debate ao mesmo nível, mas de qualquer forma, meu querido companheiro, dizer que o governo Lula impediu a privatização da Petrobras justifica sim um apoio político à empresa, na medida em que se houvessemos privatizado nem sistema de partilha haveria. A questão é que vocÊs criticam por criticar, para aparecer, e não por questões de discordâncias de fato. Meu querido, lhe falta um pouco de interpretação de texto, na medida que digo que esse projeto tem um cunho socialista, parto do ponto de todos os projetos energéticos feitos neste país. Esse projeto cria uma estatal, é uma reforma liberal isso? E meu querido eu proponho que você assista as pautas do senado sobre o pré-sal, para ver que os Tucanos não estão nem um pouco felizes com a situação, outra informação equivocada do seu comentário. Meio contraditório dizer que o projeto é de privatização, quando na verdade é um projeto de partilha, privatização seria se fosse plano de concessão, como sempre foi. O Serra não dá declaração porque ele não é babaca de criticar um governo com 76% de avaliação positiva, tão publicamente, no projeto carro chefe do governo. E sobre as universidades, meu caro, qual foi o governo federal que fez mais universidades públicas que o Governo Lula? Estão sendo inauguradas uma atrás da outra. Sobre a UNE, eu não tenho informações da tesouraria da organização, mas você deve ter, já que afirma com tal clareza, sabia que seria crime se a UNE fosse bancada pelo governo não é? Então vocÊ tem uma informaçao unica e poderosa não mãos, sabe coisas sigilosas, vocÊ deveria desmascará-los, caso contrário, não faça denuncias falsas, pois parece um Peéssedebista. De qualquer maneira, obrigado por acompanhar o blog camarada, é sempre bom tê-lo por aqui.

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  13. Se o senhor procurasse se informar, ao invés de reproduzir os jogos de cena do governo Lula, talvez o senhor soubesse que 29% do pré-sal já havia sido entregue a multinacionais em regime de concessões. E se o senhor procurasse se informar, saberia também que nenhum, veja bem, NENHUM dos leilões realizados por FHC e Lulla serão revertidos, nem esses 29% já entregues.
    Se o senhor se informasse, saberia que dos 71% do pré-sal que não foram entregues em regime de concessão, a Petrobras terá o monopólio de apenas 30% aproximadamente, o que significa que de todo o pré-sal, apenas 21% serão de monopólio da Petrobras. Os quase 80% restantes ficarão em mãos privadas pela realização de novos leilões.
    Eu, ao contrário do senhor, lhe apresento as informações, enquanto você repete como um papagaio as balelas do governo Lulla sem apresentar informações concretas.
    Longe de criticar pro criticar, fazemos sim a crítica a uma lei que só pretende aprofundar o processo de privatização dos recursos naturais, em políticas que visam o bem das multinacionais e não dos trabalhadores. Porque para os trabalhadores, a Petrobras tem que ser 100% Estatal e seus recursos devem ser destinados ao investimento em educação, saúde, etc.
    Se o senhor estudasse, saberia que o fato de haver empresas estatais não afirma nenhum cunho socialista. Ou agora o senhor vai afirmar que Keynes, que teorizou sobre a necessidade de uma intervenção mais forte do Estado na economia era socialista? Que Bismarck, ao estatizar as ferrovias da Alemanha foi socialista? Faça-me o favor. Reproduza sua ignorância para si mesmo, não num espaço público onde sua ignorância pode formar opiniões.
    Se o senhor sabe o que é partilha, sabe que uma parte dos lucros fica com o Estado e outra com as empresas multinacionais, o que significa que parte dos recursos está sendo entregue, na partilha, ao capital privado. Isso se chama privatização de recursos.
    Sobre as universidades, se o senhor procurasse se informar, saberia que o dinheiro do REUNI, que gerou falatórios e mais falatórios por parte do governo, simplesmente ACABOU. Acabou, porque se gastou uma quantia ENORME de verbas para sustentar a taxa de lucro das universidades privadas, que cobram taxas altíssimas. verba que poderia ter sido destinada a construção de mais universidades públicas, o que significaria uma oferta maior de vagas em universidades públicas, gratuitas, e de qualidade. Provavelmente, em seu louvor à sua própria ignorância, o senhor deve enxergar um "cunho socialista" no REUNI de Lulla também.
    Sobre a UNE, se o senhor tivesse lido o que eu escrevi, saberia que eu nunca disse que era crime, pela legislação, que a entidade recebesse dinheiro do governo federal. O que eu disse é que, por receber dinheiro do governo, a UNE se coloca contra a luta dos estudantes, como fez na oportunidade das ocupações de reitorias em 2007. Como se demonstrou por não ter feito sequer UM chamado aos estudantes por uma mobilização contra José Sarney (porque será, ser social petista? Você pode responder? É porque o Sarney é bom para os estudantes?).
    Se o senhor procurasse se informar, saberia que não há nada de sigiloso no que estou afirmando. A UNE recebe abertamente dinheiro do governo federal, e em troca oferece seus congressos ilegítimos como palanque eleitoral para o PT (como pudemos ver nesse último CONUNE).
    Por fim, se o senhor estudasse um pouco mais, se informasse um pouco mais e prestasse mais atenção no que escreve saberia que o seu discurso sim, reproduzido de maneira automática, é que se parece com os discursos do PSDB.

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  14. Ah meu querido, você naturalmente atinge minhas espectativas ao desconhecer que os 29 % foram entregue pois não se tinha conhecimento do tamanho da bacia petrolífera, e de acordo com as leis até então, deveria ser destribuido naturalmente para as grandes multinacionais, como acontecia até então. Sim sim, meu querido a pretobrás terá o monopólio de somente 30%, e onde vai para o resto? Bom, não sei se você lembra, mas será formada uma estatal com capital exclusivo do estado, para ninguém botar defeito, que será responsabilizada por gerenciar o resto do sistema de partilha, meu caro.(só para lhe contextualizar sobre alguns dados) A Petrobras sim é uma empresa de capital misto, infelizmente, tenho de concordar, mas estatisar a Petrobras por completo com as bases capitalistas que temos, é clamar pela falência. Meu querido, Keynes não cria estatais, veja bem, a percepção política Keynesiana é de não deixar o domínio econômico na mão do Estado e sim fazer com que o Estado facilite as relações econômicas estritamentes privadas, e em tempos de crise auxiliar para que não haja tantas bancarrotas capitalistas. Uma sociedade nunca é estritamente capitalista, ou estritamente socialistas, ela tem um caráter híbrido, fazendo com que reformas e mudanças facilite um processo de predominância ou Capitalista ou Socialista.
    Haha, reproduzir a ignorância para mim mesmo? Eu depois eu que sou ironizado por "ferrenho marxista", sua compreensão do conhecimento é um pouco capitalista e indivualista demais para quem se mostra marxista, não? Reproduzir a ignorância para mim mesmmo? é mesmo? esse é o melhor caminho? Inividualizar-se cada vez mais, segregar conhecimento e dificuldade, mas realmente é muito bela essa sua visão de conviver em sociedade, o Colégio Bandeirantes lhe contrataria se o ouvisse dizer isto. Eu achava que o senhor estava aqui para discutir e enfim crescermos juntos, mas pelo jeito, sua intenções são meramente egocêntricas... é uma pena, meu caro camarada.
    Em relação as universidades, só para constar estão sendo construídas este ano Universidades Federais em Embu, Itapecerica, Taboão da Serra, Juquitiba e Registro, digo estas pois são as que me vem a mente quando digo o pequeno nicho geográfico que circulo. Esse ano em ensino superior, tivemos um investimento estatal, repare ESTATAL maior que nos dois ultimos anos do Fernando Henrique Cardoso juntos, isso porque tivemos a fiel companhia da Marolinha... Meu querido, professores de Rede Superior Publica nunca ganhou tão bem neste país, e não é investimento em cima somente de Cursos Tecnicos e Profissionalizantes, estes ultimos que tenho minhas duvidas sobre suas importâncias. É de fato a UNE tem um posicionamento pró-Lulla, como o senhor mesmo diz, mas sem duvida alguma é uma escolhar, partindo do ponto que as verbas recebidas pelo Governo Federal são exatamente as mesmas há 15 anos, questão jurídica. A UNE não tem que ser sempre do contra, mas felizmente hoje tem uma situação favorável para o estudante do curso superior quando comparado a alguns anos atrás. Porém creio que quando o calo apertar, temos de ir para as ruas mesmo, e não ficarmos só gastando verba pública, e enfrentarmos PM's, se assim tiver de ser.
    Sobre o discurso ser um pouco batido, é verdade, afinal um conhecimento nunca é gerado solitariamente, e eu represento uma classe favorecida, nosso discurso quse nunca é inédito, e não devemos temer ou ter vergonha disso, isso só mostra que sem duvida alguma, o conhecimento é a conjuntura de maior cunho socialista da sociedade atual, embora a tentativa de privatizá-lo seja constante.
    Mas não fique o senhor pensando que não tenho critica alguma ao companheiro Lulla, a organização agrária do governo Petisa consegue ser mais ridícula que a da Ditadura Militar, porém isto é uma outra longa conversa. Saudações companheiro.

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  15. " mas estatisar a Petrobras por completo com as bases capitalistas que temos, é clamar pela falência. "

    !

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  16. "Uma sociedade nunca é estritamente capitalista, ou estritamente socialistas, ela tem um caráter híbrido, fazendo com que reformas e mudanças facilite um processo de predominância ou Capitalista ou Socialista."

    ?!

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  17. "Haha, reproduzir a ignorância para mim mesmo? Eu depois eu que sou ironizado por "ferrenho marxista", sua compreensão do conhecimento é um pouco capitalista e indivualista demais para quem se mostra marxista, não? Reproduzir a ignorância para mim mesmmo? é mesmo? esse é o melhor caminho? Inividualizar-se cada vez mais, segregar conhecimento e dificuldade, mas realmente é muito bela essa sua visão de conviver em sociedade, o Colégio Bandeirantes lhe contrataria se o ouvisse dizer isto. "

    Individualista? Eu peço que você guarde as suas ignorâncias para si mesmo pelo bem coletivo. Afinal, se você colcasse-as como dúvidas, seria completamente diferente. Como as coloca como certezas, o quadro é completamente diferente.

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  18. "Bom, não sei se você lembra, mas será formada uma estatal com capital exclusivo do estado, para ninguém botar defeito, que será responsabilizada por gerenciar o resto do sistema de partilha, meu caro"

    Obrigado por destacar o sistema de PARTILHA.
    O que é PARTILHA?
    É quando os lucros de uma empresa "estatal" são PARTILHADOS com empresas PRIVADAS. No caso do pré-sal, a maior parte dos lucros da exploração dos poços ficará com as multinacionais PRIVADAS.

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  19. Meu caro, eu realmente não conheço essa informação de que o maior lucro vai para as empresas privada, não faria sentido seria uma contradição desde o subtítulo do projeto, e creio que o governo não se deixaria tão vulnerável assim, creio que as falhas estão em outros pontos, mas não neste. Meu querido, discordo que guardar as ignorâncias para si seja interessante para o bem coletivo, acredito que pelo contrário, nossas certezas tem de ser expostas para serem colocadas em cheque, sua visão de coletivo, na minha opinião, está completamente equivocada, desse modo acaremos caindo na concientização, fazendo uma censura do que pode vir a publico... be complicada este tipo de visão. Qualquer tipo de opinião seja ela rudimentar ou acadêmica deve ser exposta ao coletivo e ao grupo geral, não podemos segregar e elitizar espaços e momentos de discussão. Sobre seus outros comentários, peço que aprofunde mais do que sinais de pontuação, assim posso rever minnhas falas e repensá-las ao seu lado, sem orgulho algum.
    Obrigado e uma forte abraço.

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  20. Atendendo a seu pedido:

    1º Não há nada que impeça a reestatização completa da Petrobras nem a reversão dos Leilões realizados pelo FHC e pelo Lula. Aliás, dizer isso é repetir o próprio discurso do Fernando Henrique e dos neoliberais a seu gênero que afirmam a impossibilidade de sustentar estatais e que por isso é necessário privatizar ou partilhar (partilhar é privatizar uma parte menor, não vamos nos esquecer) empresas antes estatais e seus lucros.
    Precisamente, a Petrobras só terá monopólio de 29% de nossos recursos. A nova "estatal" (já parou para pensar no porquê de uma nova estatal?) não terá monopólio dos nossos recursos.
    A Petrobras pode e deve ser 100% estatal, e seus recursos devem ser destinados à saúde, educação, etc.

    2º Não há sentido nenhum na afirmação de que nunca há uma sociedade estritamente capitalista ou estritamente socialista, mas sim que há um caráter híbrido em que reformas dariam um sentido mais socialista ou mais capitalista. De que bases científicas ou históricas essa conclusão foi extraída, fica difícil saber.
    O materialismo histórico, aquele de Marx, é o que nos permite distinguir o marxismo de outras teorias precedentes. Porque ele aplica a ciência ao estudo histórico, extrai das bases reais para construir a teoria, e não o contrário. Porque Marx nunca falou em "sociedade híbrida"?
    Porque, ao estudar o capital, Marx notou a contradição (a contradição social é a base do materialismo dialético de Marx) da sociedade capitalista.
    Se nós temos uma classe dominante, que detém em suas mãos a propriedade privada dos meios de produção e que tem como fim último o lucro, é impossível que sejam fornecidas boas condições de vida para o proletariado. Ao sair da Segunda Guerra Mundial, alardeou-se o "Estado de Bem-Estar Social" europeu, em que se sustentava o pleno emprego, bons salários, etc. Em primeiro lugar, note-se, a Europa era beneficiada pelo fluxo de capitais de países "em desenvolvimento" como o Brasil, o que lhes permitiu, por alguns anos, sustentar essas conquistas. Mas a partir da década de 70, quando evidentemente os lucros capitalistas entraram em contradição com esses ganhos sociais, inicia-se o que chamamos de "crise estrutural do capital". O desemprego voltou, e hoje temos na Europa e em todo o mundo o desemprego estrutural. Dificilmente o desemprego sai da faixa dos 8% no continente e a tendência geral é aumentar. As reformas conquistadas anteriormente têm sido paulatinamente retiradas. Os salários estão sendo reduzidos, as condições de vida estão piorando. Esse é um dos exemplos que demonstram, que sob essa estrutura social é impossível que o proletariado sustente condições de vida decentes a nível mundial e por um grande tempo.
    Quando de uma crise econômica, seja o país mais social-democrata de todos, quem paga são os trabalhadores. Na Europa, a taxa de desemprego chegou a mais de 20% em diversos países, e foram destinadas grandes remessas, centenas de bilhões de euros para salvar empresas e bancos. Mais uma prova nesse sentido.
    Portanto, não há sociedade híbrida, meio capitalista e meio socialista. Há o capitalismo e há o socialismo. Quando puder discorrer de maneira mais abrangente sobre o assunto, o farei com prazer.

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  21. Aliás, Vitor, eu não entendi até agora seu problema com a palavra de ordem "Pelo Fim do Senado", sendo essa mais uma instituição burocrática, mais um entrave, onde não se respeita qualquer tipo de proporcionalidade. O Senado é um mecanismo burocrático extra da burguesia.
    Afinal, quem vai sair do poder se substituir-mos o Senado por uma câmara única, com mandatos revogáveis?

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  22. Meu caro Uirá, volto atrás na primeira questão e concordo contigo, o Governo Lula, sem dùvida alguma sustenta na Petrobas um cárater capitalista e liberal, e pensando melhor é por uma questão estratégica (não que isso justifique) mas o Governo Lula não teve coragem o suficiente para reverter processos de privatização do governo FHC, embora não acho que eles tenham se intensificado, pelo contrário, creio que durante este periodo grandes privatizações não aconteceram... Sobre a segunda questão, deixe-me esclarecer, esta idéia maluca de que a sociedade nunca é só capitalista ou socialista é do marxista que não minha opinião, foi até hoje, do meu mínimo conhecimento, o maior intelectual e historiador de todos os tempos, Walter Benjamin, principal nome da escola de Frankfurt. Ele dizia (grossíssimo modo) que as intituições do estado traziam em si hibridez de processos de formação históricos, isto é, elas carregam heranças de seus modos de organização e de suas inspirações, fazendo assim que uma sociedade nunca se organize de modo íntegro a uma linha de pensamento. Por exemplo, (exemplo qualquer e hipotético) a ESCOLA que já passou por diversas pedagogias mas tem como preponderância uma pedagogia que representava a sociedade colonial, trás para a atual sociedade heranças daquela... Então por exemplo temos hoje na sociedade as cooperativas que são modos de organização que tem um caráter mais anarquista do que capitalista, embora elas sejam naturalmente apropriada pelo capital e transformadas em mercadoria, elas tem em sua composição a mesclas de diverças linhas de pensamento e organização. As cooperativas são um exemplo pequeno mas podemos pensar assim em relação as Grandes Instituições que formam o ESTADO... Eles são naturalmente híbrido fazendo com que o estado seja a preponderância de um sistema, e a não homogenização.
    Quanto ao Senado, eu sou contra o fechamento, pos sem duvida é um órgão que regula a democracia, (frase típica de liberais) eu sei, mas a questão não é o senado, e sim uma sociedade que engoli as instituições para beneficiar uma democracia burguesa. O problema não é o Senado, o senado é uma conjuntura, e o problema como você mesmo disse é estrutural.

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  23. Eu conheço esse teórico. E posso apresentar justificativas puramente empíricas para rebater esses argumentos.
    Em primeiro lugar, que num momento de transição de uma sociedade para outra, num primeiro momento ainda se guardem características da velha sociedade (já que evidentemente uma sociedade nasce da outra, de suas contradições internas) estamos de pleno acordo eu, você, Marx e Engels. Isso não significa, em outra medida, que uma sociedade se mantenha para sempre híbrida, alternando aqui e lá entre uma coisa e outra. Essa é uma das maiores falsificações utilizadas pela social-democracia para justificar sua capitulação à burguesia.
    No caso do exemplo que você deu, a escola hoje é radicalmente diferente da escola colonial, visto que todo o seu projeto de educação está intimamente ligado à adequação ao sistema capitalista. A divisão das matérias, por exemplo, aparece com a burguesia em ascensão. Eles podem resguardar, minoritariamente, algumas características das antigas, mas o papel que cumprem no processo sócio-metabólico vigente é completamente diferente. Os alunos formados pelas escolas de hoje são preparados para uma ação completamente distinta, num mundo completamente distinto.
    Tanto não há esse hibridismo que nós sabemos perfeitamente que passou-se do feudalismo ao capitalismo porque o antigo sistema já não era capaz de desenvolver as forças produtivas, oferecer os recursos necessários à expansão do comércio e da indústria. Por isso, mesmo que subsistam instituições como a Igreja, nós nunca temos de fato uma oscilação entre feudalismo e capitalismo, visto que todas as instituições que permaneceram foram apropriadas pela lógica do capital.
    No caso, você mesmo exemplificou muito bem o caso das cooperativas. Mesmo que elas representem algo "um pouco mais socialista" do que uma empresa comum, ainda assim estão completamente inseridas na lógica do capital, caso queiram sobreviver. Nós sabemos, no entanto, da experiência histórica de homens que, inevitavelmente por suas limitações históricas, acreditavam na convivência entre dois sistemas e tentaram implantar sistemas comunais ou cooperativas realmente socialistas em conjunto com o capital. Sabemos que essas empresas foram todas à falência, por contrariar a lógica sistêmica.
    É por isso, e não por outras questões, que sabemos da necessidade da revolução e da trasnformação radical da sociedade. É porque não há hibridismo ou oscilações.
    Sobre o Estado burguês, creio que seja bastante claro para todo aquele que conhece o sistema capitalista que não é por dentro dele que a sociedade pode se transformar, porque em última instância é uma instituição financiada pelas grandes empresas para servir a seus interesses. Não é à toa que temos até com o PT o financiamento de grandes empresas privadas, como no caso do nosso conhecido Carlos Zarattini, que recebeu mais de R$40.000,00 para suas campanhas direto das mãos da Camargo Corrêa. É assim que o Estado burguês funciona. Por isso nós temos o que temos com o governo Lula. O caráter privatista do governo (sim, foram realizados mais leilões de petróleo no governo Lula do que no de FHC, ainda que se use como desculpa o fato de que ele "achou mais petróleo, portanto privatizou mais", como se isso demonstrasse algum caráter efetivamente diferente entre um e outro).

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  24. Sobre o Senado, é evidente para aqueles que estudaram ao menos o pouco da história do capitalismo que é necessário à burguesia desenvolver o aparato burocrático-militar. A burocracia, caracterizada pela alta hierarquização, pelos salários exacerbados (assim se compram deputados e presidentes), pelo distanciamento do controle popular. O militar nós já sabemos o que é, é desenvolver um exército permanente que possa reprimir o proletariado, qualquer movimento de ameaça. Existem melhores exemplos do que o Governo Serra (PSDB) mandando a tropa de choque para a USP, ou o governo Ana Júlia (PT) que mandou espancar os educadores em greve no Pará?
    Portanto, quando me refiro a um problema estrutural, não significa que a superestrutura seja insignificante. Pelo contrário, a luta para a transformação estrutural e infra-estrutural se dá na própria superestrutura, nas organizações sindicais, conselhos operários, no partido revolucionário, etc. O Senado, no quadro do estudo do capitalismo, só se apresenta como um mecanismo burocrático a mais para manter o poder burguês. A constituição de uma câmara única com mandatos revogáveis é muito mais positiva à luta de classes.

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  25. Meu caro, sinto lhe entristecer mas, sem duvida alguma, ao ler seus belos argumentos, só ficou mais claro para mim que qualquer e todo estado é naturalmente híbrido. Mas não creio que este discurso seja um discurso da social-democracia, bem pelo contrário, é um discurso do nossos antigos e barbudos marxistas, como eu mesmo já citei o nome, fora Benjamin, Agnes Heller também se referia ao Estado e a sociedade como um corpo de caráter híbrido, ela até, chegou a desacreditar nas revoluções via quebras econômicas e políticas e justificando que as verdadeiras revoluções seriam feitas no campo do cotidiano, e sem dúvida a queda do muro de Berlim, olhando sob esta óptica, legitima totalmente seu discurso marxista.
    Deixe-me fazer mais claro, não digo em momento algum que é possivel a convivência de modelos de organização econômicas que se contrapoem em uma mesma sociedade, pelo contrário, para uma sociedade ser majoritariamente capitalista ela teve que perder ascaracterísticas estruturais do antigo sistema. Mas é aí meu caro, que na minha opinião você se engana, pois o cotidiano como diria Agnes, não é uma questão passivel de mudanças abruptas. Uma sociedade pode tornar-se socialista, mas se seu cotidiano se conserva capitalista, ela certamente fraqueja-rá. Como foi o caso da URSS, o cotidiano das pessoas, mantinha um ritmo capitalista, um ritmo intenso de cidade consumidora, e depois de muito tempo o sistema se mostrou incapaz de sustentar os soviéticos, e a população, sim, digo a POPULAÇÃO derrubou o muro, por mais incrivel e suspeito que possa parecer.
    Então o que eu estou dizendo é que as sociedades atraves das trocas culturais se tornam cada dia mais híbrida, não em suas estruturas pois se isto acontece elas fenecem mas em suas conjunturas, hoje o cotidiano capitalista é estritamente capitlalista, mas tem em suas conjunturas caracteristicas de antigos e outros sistemas. A escola de hoje não é colonial, de modo algum, ela hoje tem uma outra função social, mas ela certamente carrega caracteríticas de outros tipos de escolas.
    Sobre uma câmara unica, eu não creio que ela seja estritamente favorável à luta de classes, pois a luta de classes já ocorre, embora seja desigual, eu só creio que uma câmara unica é bem diferente de "fechar o senado" como dizia o panfleto, e que por isso a propaganda do seu partido é infelizmente, muito fraca.
    Mas de resto penso que estamos caminhando para uma concordância (não que isto seja bom), continuemos a discutir.

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  26. É nesse sentido que o nosso blog tem que caminhar e não vejo outro caminho para construção de idéias.
    Sozinho não é possível mudar nada, por isso a reflexão coletiva faz toda a diferença. Lógico que a exposição de ideias aqui pode formar opiniões, mas não é pelo fato de serem equivocadas e difusas que elas não podem estar presente no coletivo. Afinal é pra isso que há esse debate no nosso blog, para descordar com argumentos e aumentar a capacidade de reflexão das suas próprias afirmações.
    Estou muito contente por conseguir ver que sim, existe isso.
    Luna

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  27. Meu caro colega, devo ressaltar aqui que esses autores, citados por você, são reconhecidamente deturpadores do marxismo, para os marxistas clássicos. O marxismo usado por Marx e Engels parte de um grande "sistema" de elaboração: o Materialismo Histórico. O Materialismo Histórico nos permite compreender as bases econômicas sobre as quais se desenvolvem as relações de produção, as relações sociais. No Materialismo Histórico de Marx e Engels, existe a Infra-Estrutura, que são as condições de produção, mais precisamente a relação homem, natureza, ferramentas... São as relações de produção. Existe a Estrutura, que trata das relações homem-homem, as classes sociais que decorrem da Infra-estrutura produtiva. E existe a Superestrutura, as instituições e ideologias que decorrem das relações de classes (Estrutura), que decorrem por sua vez da relação homem-natureza-ferramentas (Infra-Estrutura).
    Colocado esse processo, vamos, pelo marxismo usado por Marx e Engels, colocar a questão do Estado. Para tratar da questão, vamos esmiuçar, de acordo com o Materialismo Histórico de Marx o funcionamento do capitalismo.
    A infra-estrutura da sociedade capitalista é a indústria, que media as relações entre o homem e a natureza. Na indústria, os homens transformam, pelo seu trabalho e com o auxílio das ferramentas (as máquinas da indústria) a natureza, as matérias primas. A divisão do trabalho dentro das fábricas dá origem a classes sociais, a Estrutura do capitalismo. São estas classes, o proletariado, a burguesia, e podemos acrescentar a pequena-burguesia e a Nova Classe Média, descrita por León Trotski. Para evitar que essas classes devorem-se umas às outras, a classe dominante (burguesia) cria aparelhos para mediar as relações e favorecer sua dominância e exploração. Um destes aparelhos é o Estado. O Estado é uma superestrutura da classe dominante.
    Aqui, utilizamos apenas o marxismo usado por Marx e Engels (aquele que com certeza é mais recomendável do que o "marxismo" de Benjamin, Heller, etc.). Pois bem.
    O Estado, como superestrutura da classe dominante, no nosso caso a burguesia, não pode ser híbrido. Não pode ser MAIS ou MENOS socialista ou MAIS ou MENOS capitalista. Seria uma ofensa ao marxismo de Marx que disséssemos que o Bolsa Família faz do Estado brasileira um Estado mais socialista.
    Voltando ao marxismo de Marx, o socialismo é a socialização dos MEIOS DE PRODUÇÃO! Ou seja, hoje, as máquinas, as ferramentas, são propriedade privada da burguesia. Socializá-los significa colocar as indústrias, as máquinas, as ferramentas sob propriedade social. O Bolsa Família, por exemplo, não tem QUALQUER aproximação com socialismo a não ser que se fale de outro socialismo, aquele em que eu dou gorjetas aos pobres, alimento meu ego e sinto-me muito feliz com minha boa ação, obrigado.
    Assim que, um Estado híbrido implicaria num Estado em que a produção hora estivesse sob controle da burguesia, hora estivesse sob controle do proletariado. Se você me disser um dia em que isso tenha acontecido, eu desisto do marxismo.
    Ora, o Estado é um aparelho de repressão. No marxismo de Marx, o proletariado necessita, imediatamente, da construção de um NOVO Estado. Para saber o que é o NOVO Estado, precisamos saber como é o de hoje. O que compõe o Estado de hoje? Basicamente, a BUROCRACIA, que serve ao controle da população e ao afastamento do poder. E o EXÉRCITO PERMANENTE, que não necessita de mais explicações.
    O NOVO Estado, que no marxismo de Marx é CONDIÇÃO SINE QUA NON para a constituição da sociedade socialista, deve ABOLIR, de imediato, a Burocracia e o Exército Permanente.
    No Marxismo de Marx, o Estado é o aparelho de repressão de uma classe. Um mesmo Estado, portanto, não pode servir hora para reprimir uma, hora para reprimir outra classe. Isso já constituiria dois Estados diferentes, e não um mesmo Estado híbrido.

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  28. Concluímos então, que no marxismo utilizado por Marx, não há mais ou menos socialismo, nem Estado mais ou menos socialista. Existe o capitalismo, em que há propriedade privada dos meios de produção, e existe o socialismo, em que há propriedade social dos meios de produção. No marxismo de Marx, subsistindo a propriedade privada, não há socialismo. Ora, se a Estrutura de cada sociedade é diferente, as Superestruturas também o serão. Para o Capitalismo, há o Estado burguês, Para o Socialismo, há o Estado proletário. Estado híbrido só pode ser fruto de poetas que resolveram transformar um pouco o marxismo e transformaram Marx num liberal.

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  29. Vamos à questão do cotidiano e o exemplo da URSS.
    Voltando ao marxismo de Marx e Engels, saberemos que o "cotidiano" são as relações sociais, e que relações sociais decorrem de relações de produção.
    Ora, as relações sociais não mudam, evidentemente, de uma hora para a outra, e no marxismo de Marx isso nunca foi dito. Precisamente por esse motivo, Marx descreve a necessidade de um período intermediário entre o Comunismo e o Capitalismo, que é o Socialismo. Mas no marxismo de Marx, ao contrário de Helles, não se procura desqualificar a revolução, mas pelo contrário, todas as análises levam à sua necessidade. Se o "cotidiano" não muda abruptamente, mantendo as mesmas relações de produção ele não mudará em nada. A reorganização produtiva é necessária para modificar o "cotidiano". Incrivelmente, o marxismo de Helles inverte o processo e procura desqualificar a revolução e falar em "mudança no cotidiano". Saber-se o que havia no cérebro desta pessoa a considerar marxismo nessa conclusão com certeza será um mistério para a Ciência socialista desvendar.
    O Exemplo da URSS só pode ser encarado como uma deturpação do ponto de vista do marxismo de Marx. A saber:
    A Rússia dos czares era um paíse SEMI-FEUDAL. Ora, ela não oferecia bases materiais concretas para o desenvolvimento do socialismo. Precisamente por isso, Lenin (um marxista que merece muito mais ser lido do que a suposta marxista Helles) afirmava a necessidade de uma revolução nos países mais avançados para fornecer condições ao desenvolvimento do socialismo. A Revolução Alemã de 1918 foi derrotada e isolou a URSS. Vejamos o que podemos concluir a partir do marxismo de Marx: para desenvolver as forças produtivas, a Rússia necessitava agora de fazer concessões ao Capital. Isso se expressa na NEP, por exemplo. O Estado soviético vai se BUROCRATIZANDO (de que Estado a burocracia era elemento?), porque as bases materiais da Rússia ofereciam condições para tal. Estou aqui afirmando que a URSS não era socialista? Não, evidentemente a URSS era um Estado operário DEGENERADO. Essas degenerações desgastaram o sistema soviético, que tentava exatamente conciliar elementos socialistas com elementos do capital cada vez mais presentes (onde está a hibridez?). As contradições (no Marxismo usado por Marx, também conhecemos a dialética, o pensamento que analisa contradições) da organização social e produtiva na URSS tiveram seu reflexo na queda do regime.
    Os elementos, como o ritmo de trabalho e consumo, que se mantiveram, eram elementos do Capital que permaneceram pelo atraso russo, e não pela sobrevivência natural do "cotidiano" capitalista.

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  30. Tudo isso, nos leva à conclusão de que, Partilhando ou Concedendo o Petróleo, com X ou Y Estatal, não significa que há mais ou menos socialismo. Há capitalismo, sistema que nós marxistas almejamos derrubar, pelas consequências grotescas que suas contradições geram sobre a civilização.

    Sobre a Câmara Única, se o colega se der ao trabalho de ler o que o Partido fala sobre ela, entenderia melhor. O Senado, dentro da análise do marxismo de Marx se apresenta como reflexo da burocracia do Estado capitalista. Se a burocracia está presente na Câmara dos Deputados, ela é duplicada por sua subordinação ao Senado, que conta com menos elementos e veio justamente cumprir o papel de garantir os lucros da burguesia. Se pela Câmara passa um projeto danoso à taxa-de-lucros dos burgueses, com certeza do Senado não passa. Na perspectiva do marxismo de Marx propomos, então, o fim desse mecanismo ultra-burocrático, o que se expressa na palavra de ordem "Pelo Fim do Senado".
    Colada à essa palavra de ordem, está colada uma outra, "Por uma Câmara Única, com mandatos revogáveis". O que significam os mandatos revogáveis? Significam a possibilidade de uma participação mais ativa da população, o que fortalece o desenvolvimento da dualidade de poder. Se isto é possível ou não é outra história, mas você deve saber que faz parte da Estratégia Revolucionária usar como Tática o uso de palavras de ordem que não são imediatas mas aproximam a classe do programa do partido revolucionário.

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  31. Corrigindo, eu coloquei "S" na maioria das vezes que fui escrever Heller. Ato falho.

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  32. Meu querido Uirá, eu não posso crer no que eu acabei de ler, naturalemente percebe-se sua dominação conceitual, mas é incrivel o seu conservadorismo.
    MArxismo de MARX? MArxismo de HEller? qual o problema reccorente que vocÊ tem com produção coletiva? VocÊ está confundindo autoridade conceitual com autoritarismo conceitual, vocÊ interpreta marx de uma forma extremamente autoritária e dogmática, que é exatamente o contrário da concepção diáletica marxista.
    "devo ressaltar aqui que esses autores, citados por você, são reconhecidamente deturpadores do marxismo" o que é isso Uirá? Benjamin um deturpador do Marxismo, ou vocÊ está falando isso por que não conhece ABSOLUTAMENTE NADA de Banjamin(o que não seria justificável) ou vocÊ, com todo respeito, enlouqueceu. Você tem noção do quão grande é essa afirmação que vocÊ fez? você invalidou todo o pensamento crítico sobre o marxismo que é exatamente o que vocÊ se propoe a fazer e a estudar. A sua frase e o seu discurso, nesse momento da discussão, que por sinal me surpreendeu muito, é de extrema direita, é um pensamento retrógrado! De progressista você não demonstrou nada. Benjamin, Heller, e outros MILHARES de pensadores e críticos são marxistas e seus estudos engrandecem a obra de MArx, e não a empobrecem como você disse, a final são todos marxistas e acreditam na revolução, a Heller adaptou a concepção de ideologia marxista pro sec XX, pois Marx não viu o fenômeno midiático, embora seja o pensador mais vanguardista até hoje, na minha opinião, ele não é um profeta, e nem tem esse intuito, logo em sua época o capitalismo não tinha ferramentas que foram criadas posteriormente.
    E do mesmo jeito, imaginando-se que todos esses pensadores fossem de extrema direita, mas discutissem marxismo, é de extrema importancia para os marxistas discutirem esses pensadores e observarem onde seus questionamentos são plausívei e eloquentes, a critica é de extrema importancia. O que vocÊ disse aqui foi algo totalmente conservador, que de marxista não teve nada, digo absolutamente nada. Uirá, ler Marx para um marxista é sem duvida o mais importante, assim como ENGELS, Rosseau, Trotsky, Lenin, Rosa Luxemburgo, enfim, os clássicos e contemporâneos... Mas não devemos nos ater só a estes pois se não o marxismo acaba se tornando uma linha muito tradicionalista e pragmática, e certamente não é isso o que queremos, não é? Eu até entendo o tipo de preocupação qeu você possa ter, que essas "contemporanizações" possam acabar confundindo marxismo com capitalismo de estado entre outras coisas totalmente díspares, mas de modo algum não é isto que estou pondo em cheque atraves Benjamin e Heller, certamente o marxismo tem suas contradições, como todo pensamento político, e isso não é algo ruim, é natural que assim seja, façamos em cima dessas contradições o diferencial de um sistema que pode e luta sempre para que essas cotradições diminuam, que é o caso do marxismo.
    Mas meu caro, isso que lhe acontece não é ser radical nem marxista, é ser conservador, se desinteressar pelos grandes inteletuais do sec XX é pedir para ser engolido pelo capitalismo.
    Sinto muito.
    ps: eu não disse que bolsa familia é marxista, você novamente não comprendeu o conceito, infelizmente.

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  33. Isso não é conservadorismo, Vitor. Eu acredito na Teoria da Revolução Permanente e ela é um adendo ao marxismo. Mas ela é um adendo que parte do método de análise marxista, o que a torna um adendo aceitável.
    Não há qualquer método de análise marxista nessas obras, mas apenas o que Nahuel Moreno chama de "análises-justificações". Estes autores partem do pressuposto de um Estado hibrido, sem quaisquer bases objetivas, e depois inventam uma análise que justifique essa existência, mas isso não existe.
    O caráter de classe de um Estado se determina por: "A quem ele serve". Essa é a pergunta que um marxista deve fazer sobre o Estado.
    Não existe um Estado que serve para duas classes.

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  34. ""devo ressaltar aqui que esses autores, citados por você, são reconhecidamente deturpadores do marxismo" o que é isso Uirá? Benjamin um deturpador do Marxismo, ou vocÊ está falando isso por que não conhece ABSOLUTAMENTE NADA de Banjamin(o que não seria justificável) ou vocÊ, com todo respeito, enlouqueceu. Você tem noção do quão grande é essa afirmação que vocÊ fez? você invalidou todo o pensamento crítico sobre o marxismo que é exatamente o que vocÊ se propoe a fazer e a estudar. A sua frase e o seu discurso, nesse momento da discussão, que por sinal me surpreendeu muito, é de extrema direita, é um pensamento retrógrado!"

    Não não. Eu sou contra os floreios filosóficos de autores que pretendem transformar Marx num liberal vulgar.

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  35. olá meu caro!
    seja bem vindo à nossa conversa, uma belíssima
    contribuição.
    quanto a questão do Walter Benjamin, que o nosso caro Uirá foi extremamente infeliz, eu estou de pleno acordo, é exatamente isso, mas sem ficar prolixando sobre ela voltemos ao assunto do Estado.
    Meu caro, o que eu citava quanto ao estado hibrido não quer dizer que ele sirva para duas classes, nem de longe quis dizer isto, mesmo que tenha parecido, estado de hoje é definitivamete um estado burgues, mas é hibrido no sentido de trazer em si, em suas instituições, diversas ferramentas que não são de um estado burguês. Principalmente no estado brasileiro como por exemplo alguns modernistas propunham, entre o desenvolvimento e o caráter arcaico que tem.
    Estou dizendo neste sentido que o estado carrega caracteristicas que não são condizentes com o seu tempo nem com o sistema de organização economica presente. Veja por exemplo, os sistema de aposentadoria neste país, não é algo liberal, é algo extremamente arcaico, entende, é nesse sentido que o Estado é algo hibrido.
    Mas continue lendo o blog meu caro, foi inesperadamente ótima sua participação.

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  36. Eu entendo perfeitamente isso, meu caro. Que o Estado burguês pode manter elementos que são arcaicos, feudais, etc. Isso é perfeitamente compreensível.

    Mas feramentas e instituições socialistas, não. É nesse sentido que eu devo dizer que não existe Estado mais socialista ou menos socialista como você afirmou no início do debate.

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  37. Pelo menos a história nunca demonstrou.

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  38. meu caro,
    a divisão social do trabalho,
    nos sistemas capitalistas,
    e nos sistemas socialistas
    é iguais.
    Por que em certa medida, as
    duas ideologias quebraram
    paradigmas que ainda não
    foram ultrapassadas, e
    nesse sentido elas compartilham
    muitas características.

    Um exemplo histórico, meu caro,
    é na atual Russia, onde o capitalismo
    faz "ótimo" uso de estruturas socialistas
    como o sistema educacional unico.
    Até por que a lógica do capital é essa,
    dissolver seu poder por diversas facetas.

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